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Reitor participa de reunião que discute criação do Instituto Nacional do Cerrado
O reitor da UFOB, professor Jacques Antonio de Miranda, participou de reunião de trabalho interinstitucional que discutiu a criação do Instituto Nacional do Cerrado, realizada nesta segunda-feira (2), no Auditório do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT), da Universidade de Brasília.
O encontro reuniu representantes das instituições de ensino das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste, que atuam em áreas conectadas ao bioma Cerrado, dando andamento ao processo de articulação e de aprofundamento de ações cooperativas na criação de uma agenda científica e institucional para a constituição do Instituto.
O professor Jacques pontuou o papel estratégico da UFOB, que atua na região do Matopiba e articula tanto com o setor produtivo, como com as comunidades tradicionais e instituições locais de preservação do ecossistema. “A criação do Instituto vai fortalecer o papel das universidades que já estão nesse protagonismo, desenvolvendo pesquisas que contribuem com a criação de políticas públicas e ações integradas voltadas ao desenvolvimento sustentável, à conservação dos recursos hídricos, à produção de alimentos e à proteção dos territórios”.
Desde agosto de 2023, a proposta de criação do Instituto vem sendo amplamente debatida. Em março de 2024, reitores de 24 instituições situadas no bioma assinaram uma carta dirigida ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Riqueza natural ameaçada
O Cerrado ocupa cerca de 24% do território brasileiro, abrigando nascentes de rios que alimentam as maiores bacias hidrográficas do país e sustentam milhões de pessoas. No entanto, só em 2023, mais da metade do desmatamento nacional ocorreu nesse bioma, superando pela primeira vez a Amazônia, de acordo com o MapBiomas. O modelo de ocupação e uso, caso não considere elementos específicos do bioma, pode levar à destruição de recursos naturais insubstituíveis.
Além de possuir mais de 4.800 espécies endêmicas de plantas e vertebrados, o Cerrado desempenha grande suporte na estabilidade ambiental e hídrica do Brasil. Essa singularidade reforça a importância do Instituto Nacional do Cerrado como articulador de políticas públicas, garantindo tanto a conservação dos ecossistemas quanto o desenvolvimento sustentável das atividades humanas.
O potencial de sua biodiversidade e sua ocupação sustentável representam fatores decisivos para produção de alimentos e soberania nacional.
O papel do Instituto
Inspirado em exemplos como o do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Instituto Nacional do Cerrado pretende preencher uma lacuna na gestão de biomas brasileiros. Na reunião desta segunda, o comitê que discute sua implementação salientou a relevância do tema no momento em que o Brasil recebe a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) em novembro desse ano.
A criação do Instituto Nacional do Cerrado visa oferecer respostas coordenadas aos desafios enfrentados pelo bioma. Com suporte técnico, pesquisas avançadas e diálogo com gestores públicos e setores produtivos, a entidade promete fortalecer a formulação de políticas que contemplem tanto o uso sustentável quanto a proteção ambiental.
