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Laboratório da UFOB detecta variante Ômicron e casos de Flurona

publicado: 16/02/2022 15h50, última modificação: 01/11/2022 12h57
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Um trabalho desenvolvido no Laboratório de Agentes Infecciosos e Vetores da UFOB, sob coordenação do professor Jaime Henrique Amorim, gerou tecnologias capazes de detectar de forma rápida, simultânea e com baixo custo os três principais vírus respiratórios circulantes no Brasil neste momento: SARS-CoV-2, causador da COVID-19; Influenza A e Influenza B, causadores da gripe.

A pesquisa analisou amostras de secreção nasofaríngea de 113 pessoas Destas, 57 (50,44%) testaram positivas para o SARS-CoV-2, quatro (3,57%) positivas para Influenza A e duas (1,76%) positivas para SARS-CoV-2 e Influenza A  simultaneamente. Estes últimos têm sido chamados popularmente de “flurona”, terminologia advinda do inglês que significa infecção por influenza (da gripe) e coronavírus (da COVID-19) ao mesmo tempo. 

Segundo o coordenador do estudo, professor Jaime Henrique Amorim, “os resultados foram possíveis graças ao desenvolvimento e validação de painéis moleculares capazes de detectar o material genético de cada tipo de vírus de maneira específica, em sistemas adaptados à técnica de RT-qPCR, que já vinha sendo utilizada para diagnóstico da COVID-19".

Além disso, a pesquisa possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia para identificar um painel de mutações genéticas presentes nas principais variantes de SARS-CoV-2, sem a necessidade de sequenciamento genético, facilitando a detecção da variante, como a Ômicron, e tornando mais barato e rápido o diagnóstico. Com isto, ainda de acordo com Amorim, “foi possível verificar que mais de 70% das amostras positivas para SARS-CoV-2 são da variante Ômicron, já famosa e disseminada mundialmente. Agora sabemos que a Ômicron chegou ao oeste baiano”. Os resultados serão confirmados por meio do sequenciamento de genoma completo dos vírus nas próximas semanas.

Próximos passos

O estudo de monitoramento molecular dos vírus continuará em desenvolvimento e estará incorporado a um estudo maior com objetivo de entender a razão deste novo levante epidêmico da COVID-19 na cidade de Barreiras, que já conta com a maioria da população imunizada. Durante as coletas de secreção nasofaríngea, os pacientes atendidos pelo serviço especializado da UFOB são convidados a participarem da pesquisa e doam amostras de sangue para análises de anticorpos.

O grupo também trabalha no desenvolvimento de métodos para diagnóstico e estudo molecular de arbovírus, como os causadores da dengue, zika e chikungunya.

O estudo

Financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Instituto Serrapilheira e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico, o trabalho coordenado pelo professor Jaime Henrique Amorim conta com uma equipe formada pelas estudantes de doutorado, Jéssica Pires Farias (biomédica), Josilene Ramos Pinheiro (bióloga) e de mestrado, Mayanna Moreira Costa Fogaça (biomédica) e Patrícia da Silva (biomédica).

Os controles e parte dos reagentes utilizados no desenvolvimento e validação das tecnologias foram adquiridos com parceiros da Universidade de Campinas e Biomanguinhos (FIOCRUZ). Amostras para validação em campo foram coletadas de pacientes com sintomas gripais da cidade de Barreiras, no período de 26 de janeiro a 9 de fevereiro de 2022, em parceria com a Vigilância Epidemiológica municipal. Todas as amostras foram analisadas no Laboratório de Agentes Infecciosos e Vetores da UFOB.

Foto do grupo de pesquisa em ação no Laboratório da UFOB. Da esquerda para a direita, Mayanna Fogaça, Jéssica Farias, Jaime Henrique Amorim, Patrícia da Silva e Josilene Pinheiro.

 

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Foto das estudantes de pós-graduação Mayanna Fogaça (frente) e Jéssica Farias (fundo).