Diretrizes
De acordo com a Política Nacional de Extensão Universitária (2012), cinco diretrizes orientam a formulação e implementação das atividades extensionistas:
(a) Interação Dialógica: Essa diretriz pressupõe uma ação de mão dupla: da Universidade para a sociedade e da sociedade para a Universidade. Ela orienta o desenvolvimento de relações entre Universidade e setores sociais que são marcadas pelo diálogo e socialização de saberes, com o desenvolvimento de novos conhecimentos, os quais devem contribuir para a superação da desigualdade e da exclusão social, e para a construção de uma sociedade mais justa, ética e democrática. Os atores sociais que participam da ação contribuem com a produção de novos conhecimentos e oferecem à Universidade os saberes construídos em sua prática cotidiana, em seu fazer profissional ou vivência comunitária. Por se situar no campo das relações, a diretriz Interação Dialógica atinge o cerne da dimensão ética dos processos de Extensão Universitária.
(b) Impacto e Transformação Social: essa diretriz imprime à Extensão Universitária um caráter essencialmente político, uma vez que reafirma a Extensão como o mecanismo por meio do qual se estabelece a inter-relação da Universidade com os outros setores da sociedade, com vistas a uma atuação transformadora, voltada para os interesses e necessidades da maioria da população e propiciadora do desenvolvimento social e regional, assim como para o aprimoramento das políticas públicas. É importante destacar que a Universidade, que também faz parte da sociedade, deverá sofrer impacto e ser transformada.
(c) Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão: essa diretriz reafirma a Extensão Universitária como processo acadêmico e considera que as ações extensionistas são mais efetivas quando vinculadas ao processo de formação (Ensino) e de geração de conhecimento (Pesquisa). Quanto à relação Extensão e Ensino, a diretriz coloca o estudante como protagonista de sua formação e permite um novo conceito de sala de aula, representado por espaços dentro e fora da Universidade. Além disso, o eixo pedagógico clássico “estudante-professor” é substituído pelo eixo “estudante-professor-comunidade”. Na relação entre Extensão e Pesquisa, a Extensão Universitária sustenta-se principalmente em metodologias participativas que priorizam métodos de análise inovadores, a participação dos atores sociais e o diálogo.
(d) Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade: essa diretriz busca superar a dicotomia especialização/generalização, ao considerar a especialização e a complexidade inerente às comunidades, setores e grupos sociais, com os quais as ações de Extensão são desenvolvidas, ou aos próprios objetivos e objetos das ações. A ideia dessa diretriz é que a combinação de especialização e generalização (visão holística) pode ser materializada pela interação de modelos, conceitos e metodologias de várias disciplinas e áreas do conhecimento, assim como pela construção de alianças intersetoriais, interorganizacionais e interprofissionais. Dessa maneira, espera-se garantir às ações de Extensão Universitária a consistência teórica e operacional de que sua efetividade depende.
(e) Impacto na Formação do Estudante: as atividades de Extensão Universitária contribuem decisivamente para a formação do estudante, pois ampliam o universo de referência e permitem contato direto com questões contemporâneas. A participação do estudante nas ações de Extensão Universitária deve estar sustentada em propostas que viabilizem a flexibilização curricular e a integralização de créditos obtidos nas ações de Extensão Universitária. As ações extensionistas devem possuir um projeto pedagógico que explicite três elementos essenciais: (i) a designação do professor orientador; (ii) os objetivos da ação e as competências dos atores nela envolvidos; e (iii) a metodologia de avaliação da participação do estudante.