Bacharelado em Engenharia de Biotecnologia

Campus Luís Eduardo Magalhães

O Brasil tem investido fortemente nas duas últimas décadas no desenvolvimento da biotecnologia, comprovado pelo Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional 2007-2010 e a Política de Desenvolvimento de Biotecnologia, ambos lançados pelo governo federal em 2007. Esta política foi inspirada na Estratégia Nacional de Biotecnologia, resultado dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Fórum de Competitividade de Biotecnologia, em 2004. Entre os órgãos governamentais que fizeram parte do início desse projeto, estavam os então Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os objetivos propostos previam promover e executar ações com vistas ao estabelecimento de ambiente adequado para o desenvolvimento de produtos e processos biotecnológicos inovadores, estimular o aumento da eficiência da estrutura produtiva nacional, a capacidade de inovação das empresas brasileiras, absorção de tecnologias, a geração de negócios e a expansão das exportações (BRASIL, 2008b).

A biotecnologia e suas engenharias são as tecnologias que apresentam maior compatibilidade com a sustentabilidade da vida no planeta. Suas ferramentas são úteis na resolução de questões científicas, na elaboração de novos produtos e no alcance de metas desejadas pela sociedade, como na redução de poluição no meio ambiente. Esses fatores evidenciam a grande potencialidade da implementação do curso de Engenharia de Biotecnologia para atender as demandas socioeconômicas nas inúmeras áreas da atividade humana e ainda o potencial de contribuição para a manutenção e desenvolvimento dos setores de destaque da mesorregião do Extremo Oeste da Bahia, onde o agronegócio é uma atividade que possui reconhecido destaque nacional no cultivo de grãos.

O referido curso soma saberes de distintas áreas do conhecimento científico, tais como engenharias e as ciências médicas, agrárias, exatas, biológicas entre outras, o que caracteriza sua multidisciplinaridade, preparando o egresso para atuação de liderança e coordenação em atividades de industriais, em laboratórios de pesquisa e ainda a execução de projetos ligados a inúmeras áreas do conhecimento, oferecendo ao egresso uma abrangente escolha de atuação.

A formação de profissionais com competências e habilidades na área da biotecnologia possui uma grande importância, permitindo que estes atuem como agentes do 21 desenvolvimento regional. O Bacharelado em Engenharia de Biotecnologia da Universidade Federal do Oeste da Bahia terá uma relevância social para a região oeste do estado da Bahia, especialmente Luís Eduardo Magalhães e os municípios vizinhos, podendo se estender para o cenário nacional e internacional.

Assim, a consolidação do curso de Engenharia de Biotecnologia no Campus de Luís Eduardo Magalhães, requer a adoção de um planejamento, visando a implementação das seguintes ações: implementação e avaliação permanente do Projeto Político do Curso de Engenharia de Biotecnologia, devido as constantes atualizações da área da Biotecnologia; garantir estrutura física, acompanhada de material de consumo, material permanente e acervo bibliográfico, possibilitando condições adequadas para a realização das aulas teóricas e práticas; estabelecer parcerias com as empresas do município de Luís Eduardo Magalhães, visando uma maior interação do curso com o setor industrial por meio da possibilidade de estágios para os estudantes do curso de Engenharia de Biotecnologia do Campus de Luís Eduardo Magalhães.

 

IDENTIFICAÇÃO

Grau: Bacharelado

Turno: Integral

Data de Início de Funcionamento: 08/09/2014

Carga horária: 4.100 horas

Periodicidade: 10 Semestres

Integralização mínima: 5 anos

Integralização máxima: 7,5 anos

Centro Vinculado: Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães

E-mail: engbiotec.lem@ufob.edu.br

 

DOCUMENTOS

Fluxograma

Projeto Pedagógico do Curso

 

CARACTERIZAÇÃO ACADÊMICO-PROFISSIONAL DO EGRESSO 

O Curso tem o objetivo de formar profissionais com capacidade técnica, gerencial e científica e com habilidades e competências para participar, de maneira ativa e interdisciplinar, das atividades do mercado industrial da biotecnologia. Devido ao caráter generalista desta proposta de curso e considerando a multidisciplinaridade da área biotecnológica, o vínculo com habilidades técnicas específicas da área da Engenharia permite que o Engenheiro de Biotecnologia egresso desta proposta seja capaz de aperfeiçoar e também criar processos produtivos e técnicas inovadoras para o desenvolvimento de distintos produtos e serviços que auxiliem o desenvolvimento das distintas áreas da biotecnologia. Dentre estas áreas destacam-se a indústria fermentativa de alimentos e biocombustíveis, biotecnologia aplicada à saúde e agropecuária, mas também centros de pesquisas biotecnológicas capazes de unir conhecimentos de engenharia, química e biologia para a geração de bioprodutos inovadores. 

Sendo assim, para atender a este amplo leque de atuação, este profissional será capaz de identificar e utilizar de maneira racional e aplicada, distintos agentes biotecnológicos, principalmente microrganismos e suas macromoléculas biológicas, disponíveis nos mais variados biomas. O profissional egresso, devido à unificação e aplicação de conhecimentos básicos em Engenharia estará habilitado na operacionalização e projeção de plantas individuais, sendo capaz de prover assistência técnica e regular o controle de qualidade de indústrias biotecnológicas aplicadas ás distintas áreas supracitadas. Assim pretende-se atender a um mercado emergente e necessário ao desenvolvimento tecnológico. A formação do engenheiro de biotecnologia está alicerçada em três pilares básicos, que lhe conferem características tanto de generalidade como de especialização:

a) A tecnologia dos processos fermentativos que originalmente data dos primórdios da civilização. Sua evolução até o início deste século deu-se por meio do dispendioso e arriscado método da tentativa-erro-acerto. Iniciando com Pasteur e agregando a colaboração de muitos outros pesquisadores e cientistas, a tecnologia das fermentações passou de uma arte mística praticada por indivíduos e transferida a gerações como ciência. Hoje, o desenvolvimento tecnológico desta área atende à demanda mundial de energia alternativa através da produção de bioetanol e de suas versões em segunda (etanol 2G) e terceira geração (etanol 3G).

b) O desenvolvimento da biologia molecular, engenharia genética, da bioquímica, microbiologia, suas aplicações e implicações nos processos produtivos, tornaram possível uma série de associações que podem ser racionalizadas e quantificadas, na forma de leis gerais e teorias, e que podem ser direcionadas para a melhoria de processos e produtos, originando a chamada ciência dos processos bioindustriais.

c) A tecnologia, para ser efetiva, ou seja, para poder ser aplicada de forma econômica e expressar-se em condições viáveis de produção e desenvolvimento, exige a aplicação de princípios de engenharia. Este ramo da engenharia, a engenharia de biotecnologia, por sua vez, depende das ciências exatas para o estabelecimento de princípios e leis que possam explicar, predizer e servir de base para a concepção de bioprocessos e de bioprodutos, equipamentos e instalações industriais na área da engenharia de biotecnologia. 

É importante destacar que, principalmente devido à aplicação em produção industrial e serviços, a natureza do trabalho em Engenharia de Biotecnologia também demanda o domínio do conhecimento em gestão empresarial e econômica, sendo que os egressos podem atuar tanto coordenando grupos de trabalho, quanto gerenciando a produção industrial. Desta forma, além de adquirir conhecimentos técnicos que perpassam pelas áreas de Biologia, Química e Engenharia, a completa formação do engenheiro de biotecnologia depende do equilíbrio destas áreas com componentes curriculares humanistas, para que os estudantes possam adquirir uma cultura geral que lhes permita desenvolver o espírito de análise e uma mentalidade de síntese, sendo assim capazes de abrir-se a amplas perspectivas sobre os problemas de gestão administrativa e de relações humanas. Através do equilíbrio entre estes componentes curriculares, a formação do profissional está alicerçada em conhecimentos que lhes confira eficiência em adaptar-se às situações de alta demanda por inovação na produção e por novas realizações e serviços de interesse humano, social e desenvolvimentista. Também lhes confere maior percepção das consequências sociais do seu futuro trabalho como engenheiros, preparando-os para a solução de problemas de natureza social e ética dela decorrentes.

 

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Quanto à atuação do profissional egresso em pesquisas básicas ou biotecnológicas com vistas ao desenvolvimento de bioprodutos inovadores, como por exemplo, novas linhagens de bactérias ou leveduras fermentadoras, antígenos recombinantes, biofármacos, vacinas ou kits diagnósticos para enfermidades, esta proposta de curso generalista fornece ao estudante amplo conhecimento científico que lhes permita dominar uma especialização de seu interesse permitindo-o adquirir aptidão para aplicar os novos avanços científicos ao aperfeiçoamento de técnicas e do progresso industrial. Este conhecimento científico também facilita a integração ao mercado de trabalho permitindo com que o profissional domine em pouco tempo técnicas específicas da área em que estejam inseridos.

O curso de Engenharia de Biotecnologia da Universidade Federal do Oeste da Bahia pretende que o profissional egresso tenha desenvolvido um conjunto de habilidades e competências que lhe permita ser capaz de atuar em âmbito técnico, científico e gerencial entre as distintas áreas da Biotecnologia supracitadas. Em síntese, as principais aptidões deste profissional estão relacionadas abaixo: 

1 - Executar técnicas de microbiologia, biologia molecular, engenharia genética e bioquímica, bem como técnicas de análise físico-químicas, aplicadas ao desenvolvimento de bioprocessos e análise de bioprodutos.

2 - Executar e desenvolver técnicas biotecnológicas aplicadas à saúde, agropecuária e meio ambiente capazes de produzir bioprodutos.

3 - Prover assistência técnica e regular o controle de qualidade em indústrias biotecnológicas.

4 - Promover a integração de conhecimentos de engenharia, química e biologia capazes de ampliar o conhecimento científico biotecnológico.

5 - Projetar pesquisas com potencial de atender a demanda dos distintos setores da indústria biotecnológica.

6 - Aplicar os conhecimentos em gestão empresarial e econômica na coordenação de grupos de trabalho, bem como na gerência da produção industrial.

7 - Operacionalizar e projetar plantas industriais de caráter biotecnológico.

8 - Adaptar-se ao mercado biotecnológico através de formação continuada. 

Com estes requisitos básicos, o engenheiro de biotecnologia deve evidenciar: raciocínio abstrato, habilidade numérica, exatidão, atenção concentrada e meticulosidade. Estas habilidades devem se refletir em uma grande capacidade de resolução de problemas, através da visão do todo, da alocação de recursos (materiais e humanos além de insumos) e do adequado conhecimento e emprego da legislação específica da área. Enfim, o egresso deve reunir condições de adaptar-se à evolução tecnológica, uma vez que desempenhará suas funções em um mercado competitivo e ávido por novos desenvolvimentos e pela agregação de valor a produtos.